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terça-feira, 22 de maio de 2012

Erikson e o desenvolvimento psicossocial

Erikson, apesar de ser seguidor de Freud, discorda da teoria deste. Ele defende que cada idade tem os seus próprios conflitos emocionais e sociais.

Na Teoria Psicossocial do desenvolvimento, Erikson defende que o desenvolvimento evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebé e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.

Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao facto de este ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade futura.

Temos então 8 estágios de desenvolvimento:

1ª Idade: Confiança vs Desconfiança  (Do nascimento aos 18 meses)

O relacionamento com a mãe é da maior importância. Se a mãe alimenta bem o filho, se o aconchega e acarinha, brinca e fala ternamente com ele, o bebé desenvolve o sentimento de que o ambiente é agradável e seguro, criando uma atitude de confiança face ao mundo. Se por outro lado, o comportamento da mãe não o satisfaz, a criança desenvolve medos e suspeitas que contribuem para a formação de uma atitude negativa de desconfiança.


2ª Idade: Autonomia vs Dúvida/Vergonha  (Dos 18 meses aos 3 anos)
As crianças gostam de experimentar coisas novas. Assim sentem-se bem sempre que podem exercitar as suas capacidades motoras como correr, puxar, segurar, entre outras. Estas são atividades que treinam e procuram desenvolver. Se a criança for encorajada pelos pais a exercitar as suas capacidades motoras, vai contribuir para que esta desenvolva o controlo sobre o seu corpo, contribuindo para o domínio do mesmo e do ambiente que a rodeia, levando-a assim a ganhar autonomia.
Caso contrário, se a criança for impedida de usar as suas capacidades faz com que esta crie sentimentos negativos, como a vergonha e a dúvida.

3ª Idade: Iniciativa vs Culpa  ( Dos 3 aos 5/6 anos)
O desejo de experimentar mantém-se e amplia-se com a aquisição de novas capacidades intelectuais, como pensamento e a linguagem, que usa como outras formas de explorar o mundo. Com elas toma iniciativas. Se os pais aceitam a sua atividade, as crianças sentem que o seu sentido de iniciativa é valorizado. Se estes consideram disparatadas as suas perguntas e ações, as crianças sentem-se culpadas e inseguras, evitando agir conforme os seus desejos. 

4ª Idade: Mestria vs Sentimento de inferioridade  (Dos 6 aos 12 anos)
A criança entra na escola, onde se espera que faça grandes aprendizagens, quer do ponto de vista académico quer social. Sonha com o sucesso, desenvolvendo esquemas cognitivos para se tornar excelente nas tarefas desempenhadas. 
Quando as crianças se sentem menos capazes do que os seus colegas, passam pela vivência de sentimentos de inferioridade. 
Em caso contrário, ao sentirem-se bem sucedidas e acreditarem nas suas capacidades e no seu valor pessoal, empenham-se com prazer no trabalho, desenvolvendo a mestria. 
Este período aproxima-se do estádio de latência da teoria de Freud. 

5ª Idade: Identidade do Ego vs Difusão do ego  (Dos 12 aos 20 anos)
A construção da identidade é a tarefa fundamental deste estádio, e por isso dá-se nesta fase um conflito entre a Identidade e a Confusão. 


A identidade constrói-se através da experimentação de vários papéis possíveis, o que vai permitir ao adolescente reconhecer-se como pessoa única, com identidade própria e distinta de todos os outros, mas inserido num meio social onde tem vários papéis a desempenhar (estudante, trabalhador, amigo, homem ou mulher, jovem). 





O adolescente influencia-se facilmente pelas opiniões dos outros e isso faz com que ele assuma diferentes papéis em intervalos de tempo muito curtos.

Integra coerentemente diferentes papéis e identidades, mas, se não consegue definir os papéis que pode ou quer desempenhar, experimenta uma confusão de identidade e de papéis.

Se por um lado se forma a identidade pessoal e o reconhecimento de papéis a seguir, por outro o adolescente vive momentos de indecisão e de confusão de papéis.

6ª Idade: Intimidade vs Isolamento  (Dos 20 anos aos 35)

É a idade de jovem adulto que, com uma identidade assumida, poderá criar relações de intimidade com os outros. Desenvolve relações (amorosas e de amizade), mas também tem o receio de o fazer, evitando compromissos. 

Geralmente procura uma relação de intimidade com outra pessoa que pode envolver um relacionamento sexual.

As dificuldades em estabelecer relacionamentos íntimos contribuem para que as pessoas se fechem em si mesmas e permaneçam no isolamento.

Influências para a atividade física


Um estudo realizado pela Universidade de Bristol no Reino Unido, revela que as mães que se mantêm fisicamente ativas durante a gravidez, acabam por ter filhos que praticam mais exercício físico.
O estudo analisou 5500 crianças de 11 e 12 anos tendo por base fatores biológicos. Outra indicação refere que as mulheres ativas têm também mais tendência a continuar a fazer exercício depois do nascimento do filho.
As crianças são encorajadas pela atividade física da mãe a fazerem exercício e a ganharem hábitos de vida saudáveis. De acordo com Calum Mattocks, líder da pesquisa, «os anos pré-escolares são muito importantes. Parece que se as crianças vêem os seus pais a fazerem exercício físico com regularidade esta ação terá um impacto positivo junto delas».

Foram recolhidos dados sobre a atividade das crianças e a equipa de investigadores relacionou-os com a informação recolhida sobre a atividade que as respetivas mães tiveram quando estavam grávidas.
Verificaram que os filhos das mulheres que praticaram natação ou fizeram caminhadas regulares durante a gravidez se tornaram em crianças três a quatro por cento mais ativas. 


Os investigadores dizem que este elemento, apesar de marginal, é importante, pois as taxas de obesidade infantil estão a crescer exponencialmente, tendo duplicado na última década o número de crianças: agora uma em cada quatro crianças é obesa ou tem excesso de peso.
O estudo indica que o facto de nascerem no Outono, fomenta a actividade nas crianças.. Os investigadores sugerem que tal se deverá ao facto de as crianças se sentirem mais motivadas para fazerem mais desporto, porque se destacam nesta área. Isto porque são normalmente os maiores, mais fortes e mais desenvolvidos na turma que abarca crianças que nasceram durante todos os meses do ano.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Jean Piaget e o Desenvolvimento Cognitivo



Jean William Fritz Piaget (1896-1980) foi um epistemólogo suíço, considerado o maior expoente do estudo do desenvolvimento cognitivo.


Estudou inicialmente biologia, na Suíça, e posteriormente dedicou-se à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, tornando-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Durante a sua vida Piaget escreveu mais de cinquenta livros e diversas centenas de artigos.

Frases e pensamentos de Piaget:

- "A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."
- "O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas".
- "Tudo o que se ensina a uma criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar"
- "A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano".
- "..a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa".
- "Se o individuo é passivo intelectualmente, não conseguirá ser livre moralmente"
- "Nas brincadeiras, uma criança age de acordo com sua visão do mundo".
- "Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser. "


Desenvolvimento Cognitivo

Piaget tinha uma perspetiva construtivista acerta do desenvolvimento: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio. A inteligência contrói-se progressivamente ao longo do tempo por estádios:

Estádio Sensório-motor

Na presença de um objeto novo, a criança sacode-o, esfrega-o, como se se tratasse de os compreender pelo uso. Se taparmos um objeto com uma manta, para ele deixa de existir porque desapareceu do seu campo de visão.

Mais tarde, quase no fim deste estádio, percebe que se por exemplo puxar a toalha da mesa, que os objetos ficam mais próximos.

Estádio Pré-Operatório

O que marca a entrada neste estádio é o aparecimento da função simbólica, que é nada mais nada menos que o início do pensamento. As principais manifestações da função simbólica são:
Linguagem- A criança é muito egocêntrica e quando brinca com outras ciranças dá-se um monólogo coletivo.
Jogo simbólico- A criança dá vida a objetos conforme os seus desejos.
Imagem mental- Não distingue "todos" de "alguns". Se vir um gato preto em diferentes locais, pensa que é o mesmo gato em ambos os sítios.
Para Piaget o período pré operatório divide-se em 2 sub-estádios:

1. Pensamento Pré concetual (2-4 anos)

- Animismo/ Antropomorfismo- Dá vida ás coisas e sentimentos

- Realismo- Materializa as suas fantasias (Ex: se sonhou que estava um bicho debaixo da cama, pode ter medo)

- Finalismo- Tudo tem de ter uma justificação

- Artificialismo- É a explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos humanos

- Egocentrismo- A criança relaciona tudo consigo (Ex: a lua persegue-a)

2.Pensamento Intuitivo (4-7 anos)

- Irreversibilidade- a criança não consegue reverter as operações que realizou
- Dificuldades de transformação, ou seja, incapacidade de compreender os processos que implicam mudança
- Centralização- centra-se apenas num aspeto
- Não conservação- incapacidade de compreender que a quantidade pode permanecer embora mude o seu aspeto ou aparência.


Estádio das operações concretas
(7 aos 11 anos)
Segundo Piaget é neste estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento. É a partir deste estádio (operações concretas) que as crianças começam a ver o mundo com mais realismo. É neste estádio que a criança adquire a capacidade de realizar operações. Operação pode ser definida como a ação interiorizada, realizada no pensamento, composta por várias ações

A criança já consegue realizar operações, no entanto, precisa de realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da realidade concreta para que seja possível à criança efetuar as operações.
Para percebermos melhor isto, podemos referir a experiência dos copos de água. Se no estádio anterior a criança não conseguia perceber que a quantidade era a mesma independentemente do formato do copo, neste estádio elas já percebem que a quantidade (volume) do líquido é a mesma, pois já compreendem a noção de volume, bem como peso, espaço, tempo, classificação e operações numéricas.

* A criança vai conhecendo os vários espaços nos quais interage, organizando-os. Também aqui está presente a reversibilidade do real, onde o conceito de espaço está relacionado com o conceito de operação. O espaço isolado por si só não existe. (espaço)

* Para que a criança domine este conceito é fundamental que compare diversos objetivos para os poder diferenciar. (peso)

* Primeiro a criança tem que agrupar os objetos pela sua classe e tamanho, depois os classificar e consequentemente adquirir conceitos. (classificação)

Apesar de neste estádio a criança já conseguir efetuar operações corretamente, precisa ainda de estar em contacto com a realidade, por isso o seu pensamento é descritivo e intuitivo. Ao longo deste período já não tem dificuldade em distinguir o mundo real da fantasia. A criança já interiorizou algumas regras sociais e morais e, por isso, as cumpre deliberadamente para se proteger. É nesta fase que a criança começa a dar grande valor ao grupo de pares, por exemplo, começa a gostar de sair com os amigos, adquirindo valores tais como a amizade, companheirismo, partilha, entre outras, começando a aparecer os líderes.

O pensamento é cada vez mais estruturado devido ao desenvolvimento da linguagem. A criança tem já mais capacidade de estar concentrada, e algum tempo interessada em realizar determinada tarefa.

Reversível – a criança durante este estádio pode voltar ao ponto de partida.

Estádio das Operações-Formais
Conservação: Uma criança com 4/5 anos diria que o copo mais alto tinha mais líquido, enquanto que uma criança que atingiu o pensamento operatório afirmará que têm a mesma quantidade.











quarta-feira, 2 de maio de 2012

Adolescência, idade do armário...

Tanto os rapazes como as raparigas passam uma fase de adolescência. É nela que descobrem a sua identidade e define a sua personalidade. Cada um deles tem alterações físicas como psicológicas. 


Psicológicas

"A adolescência é o período fundamental da maturação psicológica, durante o qual acontece a passagem da mentalidade infantil para a mentalidade adulta e se molda a personalidade. A origem da adolescência centra-se na maturação do sistema nervoso, e, sobretudo, nas alterações físicas próprias da puberdade, alterações essas que obrigam o adolescente a reencontrar a sua identidade física e psicológica, bem como a avaliar o seu papel nas relações interpessoais e na sociedade, de forma geral. Mas, felizmente, estas mesmas alterações oferecem ao adolescente uma capacidade maior para reflectir, para compreender a sua situação e, definitivamente, para conseguir, pouco a pouco, um maior grau de satisfação, autonomia e intimidade.

A adolescência é, pois, um período marcado por uma grande instabilidade emocional e pela presença de conflitos pessoais. Apesar disso, é um período necessário, como se de um treino se tratasse, pois permite ao indivíduo gerar laços afectivos e sociais mais estáveis, o que irá facilitar a sua posterior adaptação e integração como adulto na sociedade.

É evidente que a família e o envolvimento social desempenham um papel muito importante na adolescência e, neste sentido, convém sublinhar que as actividades demasiadamente opressoras, a falta de comunicação ou a indiferença podem ter repercussões negativas na maturação psicológica que deve ocorrer nesta época de intensas alterações." (S.a)

Físicas

Existem alterações nos corpos de cada sexo.

Nos rapazes, as alterações físicas que fazem parte da adolescência são o aumento dos órgãos genitais, o aparecimento de pêlos púbicos, na face e nas axilas, e a voz torna-se mais grave. Associadas a estas alterações, podem surgir problemas como o tamanho do pénis e a maturação tardia, que influencia negativamente a parte psicológica e social. Um rapaz com maturação tardia, tende a ser visto como mais fraco e por isso não chama tanto a atenção das raparigas, o que lhe baixa a auto-estima. Pelo contrário, rapazes com maturação precoce tendem a ser mais auto-confiantes e mais atrativos para o sexo oposto.


Nas raparigas, os seios crescem, surgem pêlos púbicos e também nas axilas, e surge a menarca (primeira menstruação). Os problemas existentes nesta fase são a maturação tardia (sentem-se diferentes), maturação precoce (podem não estar psicologicamente preparadas) e ainda o desenvolvimento do tamanho dos seios.

O corpo, nesta fase da vida, é tido muito em conta, em demasia até, e são os problemas psicológicos causados por estas alterações, juntamente com a interação social, que aparecem muitas doenças como a bulimia, anorexia e até depressões.



Nas nossas futuras profissões desportivas, teremos de ter em atenção tanto rapazes como raparigas que se possam sentir inferiores perante os outros. Essa "inferioridade" psicológica pode fazer com que se isolem ou que sofram de bullying por parte dos outros colegas, como por exemplo um rapaz com maturação tardia, tende a ser visto como mais fraco, e ser vítima por parte dos colegas.
Como futuros profissionais do desporto, temos a noção que o mesmo está muito ligado ao corpo, e por isso não devemos desvalorizar a sua importância. Para alunos com baixa auto-estima, tentaremos dar-lhes mais atenção e fazer com que não se sintam inferiores e com uma boa imagem de si próprios.

Desenvolvimento na infância

Desenvolvimento motor


Existe uma sequência na aprendizagem das capacidades motoras: os bebés seguram a cabeça antes de se sentarem sem apoio, sentam-se antes de gatinharem e gatinham antes de andarem. A sequência é a mesma para todas as crianças, o que pode ajudar é a prática.

Os aumentos nas preparações do , corpo são desiguais e influenciadas pelos princípios de desenvolvimento:

  • Progressão céfalo-caudal:
     O bebé têm maior controlo motor sobre a cabeça do que sobre os músculos de baixo (da cabeça aos dedos dos pés)
  • Progressão próximo-distal:
      O bebé movimenta com maior controlo primeiro o tronco e só depois os braços e mãos (do eixo central do corpo para fora). 
  • Progressão de acção concentrada para específica:
     No início as ações envolvem o corpo todo.
Desenvolvimento sensorial

Visão: A visão vai-se desenvolvendo aos poucos. Quando o bebé nasce, a visão é meio embaçada, mas ele distingue luz, formas e movimentos. Só vê bem a uma distância entre 20 a 30 cm, por isso é que o rosto da mãe é tão atrativo nesta fase. Entre os 5 dias de vida e os 4 meses, preferem olhar para fotografias onde o olhar é direto. Os bebés ao imitarem expressões faciais, sugerem que a perceção de faces desempenha um papel central no desenvolvimento das habilidades de interação social e da linguagem (imitação).
Audição: A audição está funcional antes do nasicmento. O bebé reconhece sons e é capaz de distinguir a voz da mãe da de outras pessoas.
Olfato: O sistema olfativo aperfeiçoa-se rapidamente. O recém nascido é capaz de distinguir os odores que lhe agradam e os que não lhe agradam através da expressão facial. A preferência por odores agradáveis parece ser apreendida no útero e nos primeiros dias após o nascimento. 
Paladar: É o sentido mais apurado à nascença porque os bebés conseguem distinguir o amargo do doce.
Tato: Os recém-nascidos são sensíveis ao tato, pressão, à dor e temperaturas, mas também ao ritmo (embalar, palmadinhas no rabo).


Como estudar as experiências percetivas e sensoriais em bebés?
- Preferência
- Habituação e desabituação
- Potenciais evocados
- High-amplitude sucking